sábado, 23 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A VIAGEM DE UM XAMÃ





 
Reconto uma velha história dos xamãs escandinavos...

Thorvald, um misterioso xamã, resolveu viajar até os céus onde moravam os deuses e divindades de todo o Universo.

Certa noite, ele fez suas poderosas meditações e preces, subindo como uma águia até as distantes mansões celestiais.

Primeiro ele encontrou um grande palácio, todo fortificado e protegido pelos anjos mais terríveis e fulgurantes. Adentrando por uma fortificada porta de ouro, caminhou até a sala principal onde encontrou um deus idoso e luminoso, sentado em um magnífico trono de fogo.

Irado com aquela invasão, o deus perguntou ao xamã o que fazia ali e o ameaçou com terríveis maldições.

Thorvald respondeu que desejava conhecer a verdadeira natureza dos deuses e tirar suas próprias conclusões.

O deus então gritou, lamentou, lembrando ao mortal xamã que ali não era lugar de simples humanos. Depois pediu que fosse rapidamente embora, voltando à terra para cumprir os deveres impostos aos seus pobres habitantes.

Thorvald, sem perder a compostura, perguntou se havia alguma vantagem em seguir os ensinamentos e os mandamentos de um deus tão bravo e exigente.  Irritado ainda mais, o deus o expulsou dali.

Tranquilamente Thorvald acenou e foi embora um tanto desapontado.

Em seguida, voando mais alto, ele avistou outro palácio celestial.  Era uma construção muito bela, florida e perfumada. Ali morava o deus do amor.

Mais uma vez, Thorvald entrou sem ser anunciado, encontrando um deus afável e carinhoso, sentado em uma simples almofada.

O deus do amor, dando mostras de satisfação, gentilmente perguntou ao xamã quem era ele e o que desejava ali em sua modesta morada.

Thorvald respondeu que desejava conhecer a verdadeira natureza dos deuses e tirar suas próprias conclusões.

O tranqüilo deus ficou profundamente triste com tal pergunta. Argumentou que necessitava ser amado, acarinhado, respeitado, pois sofria por todos os humanos e tinha dado tudo para a ignorante humanidade, sem nada receber em troca. Depois disso, desabou em lamentos infindáveis.

Thorvald, sem ficar abalado, perguntou se havia alguma vantagem em seguir os ensinamentos e os mandamentos de um deus tão bom, carente e pedinte.

O deus do amor abaixou os olhos e suspirou longamente...

Thorvald, decepcionado mais uma vez, saiu daquele lugar. Na imensidão dos céus, desta vez resolveu voar mais longe e mais alto ainda.

Viajando além das estrelas jamais vistas a olho nu, viu ao longe uma magnífica fortaleza e dentro dela uma pequena cidade.

Entrou nela, andou pelas ruas e ouviu uma grande algazarra vinda de uma espécie de taverna.

Assombrado por tão grande alarido, Thorvald abriu a porta e encontrou uma centena de deuses gritando, cantando e rindo como crianças.

Subindo em cima de uma mesa, ele valentemente indagou que espécie de espelunca celeste era aquela e que tipo de deuses malucos eram eles.

Ninguém respondeu... Thorvald passou a gritar cada vez mais forte, mas nada acontecia.  Ele era completamente ignorado pelos divertidos convivas.

De repente, um jovem e belo deus olhou para ele e o convidou para um trago.

Thorvald, que já havia visto de tudo sob o céu e debaixo da terra também, ficou completamente atordoado com tal comportamento e sugestão. Não suportando mais aquela ridícula cena, ele começou ofender todos os que ali estavam sem temer as consequências.

Os deuses pararam a brincadeira, olharam para Thorvald e caíram em uma debochada gargalhada. Em seguida retomaram  suas canções e jogos.

O jovem e belo deus tornou a olhar para o confuso xamã e disse alegremente:

- Meu filho, você nada entende de boas maneiras. Sabe que podemos destruí-lo agora mesmo?  Mas de que adiantaria?  Já que viajou tanto para buscar uma verdade, sente-se e beba conosco!  Contudo, escreva em seu coração: sempre desconfie de um deus e de uma religião que não tenha senso de humor!

O xamã, caindo em si, agradeceu a lição e foi embora pensativo.

Retornando rapidamente para junto dos humanos, Thorvald estava completamente satisfeito. Aprendera a verdadeira natureza dos deuses e divindades. Encontrara, por fim, o sentido real da religião.

Centenas de anos se passaram e a pobre humanidade voltou a ser séria, iracunda, fanática, chorosa e egoísta em matéria de religião. Deuses sedentos de vingança ou repletos de culpa fazem sucesso na vida moderna.  O xamã Thorvald, hoje habitando o céu dos alegres deuses e deusas, olha para baixo e ri de todos nós!



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"O Amor Une."

Cida Medeiros
Terapeuta.
Facilitadora em Constelação Familiar
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sábado, 2 de abril de 2011

A essência do Amor por Osho

Querido leitor, excelente texto do Osho pra você! Espero que aprecie! Cida Medeiros

O amor é a única religião, o único Deus, o único mistério que tem que ser
vivido, compreendido. Quando o amor for compreendido, você terá compreendido
todos os sábios e todos os místicos do mundo.

Não é uma coisa difícil. É tão simples quanto as batidas do seu coração ou a sua
respiração. Ele vem com você, não é concedido pela sociedade. E esse é o ponto
que eu quero enfatizar: o amor vem com o nascimento, mas não vem plenamente
desenvolvido, é claro, assim como todo o resto. A criança tem que crescer.

A sociedade se aproveita dessa lacuna. O amor da criança leva tempo para
crescer; enquanto isso a sociedade aproveita para condicionar a mente da criança
com ideias falsas sobre o amor.

Na época em que está pronto para explorar o mundo do amor, você já
está abarrotado com tantas bobagens sobre o amor que já não há muita esperança
de que seja capaz de encontrar o autêntico e descartar o falso.

Por exemplo, todas as crianças, em todos os lugares, ouvem milhares de vezes que
o amor é eterno: depois que ama uma pessoa você a amará para sempre. Se você ama
uma pessoa e mais tarde sentir que não a ama mais, isso significa que nunca a
amou. Ora, essa é uma ideia muito perigosa. Ela lhe dá uma ideia de um amor
permanente e, na vida, nada é permanente. As flores desabrocham pela manhã e, à
noite, já murcharam.

A vida é um fluxo contínuo; tudo está mudando, se movimentando. Nada é estático,
nada é permanente. Estão lhe transmitindo uma ideia de amor permanente
que destruirá toda a sua vida. Você vai esperar um amor permanente de uma pobre
mulher e a mulher esperará um amor permanente de você também.

O amor se torna secundário, o permanente se torna mais importante. E o amor é
uma flor tão delicada que não pode ser forçada a ser permanente. Você pode ter
flores de plástico, que é o que as pessoas têm — casamento, família, filhos,
parentes, tudo de plástico. O plástico só tem uma coisa muito espiritual: é
permanente.

O amor verdadeiro é uma incerteza assim como a vida é uma incerteza. Você não
pode afirmar que estará aqui amanhã. Você não pode sequer dizer que estará vivo
daqui a pouco. A sua vida está mudando continuamente — desde a infância até a
juventude, a meia-idade, a velhice, a morte, ela continua mudando.

O amor de verdade também mudará.

É possível que, se você for uma pessoa iluminada, o seu amor tenha transcendido
as leis costumeiras da vida. Ele nem está mudando nem é permanente; simplesmente
é. Não é mais uma questão de como amar; você se tornou o próprio amor, por isso
o que quer que faça é amoroso. Não que você faça algo especificamente que seja
amor; faça o que fizer, o seu amor se derramará sobre isso. Mas antes da
iluminação o seu amor será exatamente como todo o resto: ele mudará.

Se você compreender que ele mudará, que a sua parceira pode se interessar por
outra pessoa e você terá que ser compreensivo, amoroso e ter consideração por
ela, deixando que ela siga o caminho que manda o coração — essa é a oportunidade
que você tem de provar à sua parceira que a ama. Você a ama; mesmo que ela passe
a amar outra pessoa, isso é irrelevante.

Com entendimento, é possível que o seu amor se torne um caso de uma vida
inteira, mas lembre-se de que ele não será permanente. Terá altos e baixos,
passará por mudanças.

É muito simples de entender. Quando começou a amar, você era muito jovem, sem
nenhuma experiência; como o seu amor pode continuar igual se você se tornou uma
pessoa madura? O seu amor também amadureceu. E quando você ficar mais velho o
seu amor também terá um gosto diferente.

O amor continuará mudando, e de vez em quando ele precisará de uma oportunidade
para mudar. Numa sociedade saudável, será possível lhe dar essa oportunidade,
sem que o relacionamento seja rompido.

Mas também é possível que você tenha que mudar muitas vezes de parceiro ao longo
da vida. Não há nenhum mal nisso. Na realidade, mudando muitas vezes de parceiro
ao longo da vida, a sua vida ficará mais rica; e se todo mundo seguisse o que
estou lhe dizendo sobre o amor, o mundo inteiro ficaria mais rico.

Mas uma ideia equivocada destruiu todas as possibilidades. No momento em que o
seu parceiro olhar para outra pessoa, só olhar, os olhos dele mostrarão essa
atração e você ficará fora de si. Você precisa entender que, se um homem perder
o interesse pelas mulheres bonitas que vê na rua, pelas atrizes belíssimas do
cinema, é isso o que você quer; que ele não se interesse por ninguém a não ser
você.

Mas você não entende a psicologia humana. Se não se interessar pelas mulheres na
rua, do cinema, então por que ele se interessará por você? O interesse dele
pelas mulheres é a garantia de que está interessado em você, de que ainda há uma
possibilidade de que o seu amor possa continuar.

Mas estamos fazendo justamente o oposto. Cada homem está tentando dar um jeito
para que sua mulher não se interesse por mais ninguém além dele; ele tem de ser
o único foco de atenção da mulher, o seu único interesse. As mulheres estão
exigindo a mesma coisa, e ambos estão deixando o parceiro maluco. Focar a
atenção numa única pessoa só pode deixar você maluco.

Para ter uma vida mais leve, mais divertida, você precisa ser flexível. Tem que
se lembrar quea liberdade é o valor mais precioso e, se o amor não está lhe
dando liberdade, então não é amor.

A liberdade é um critério: qualquer coisa que lhe der liberdade está certa e
qualquer coisa que destruir a sua liberdade está errada. Se você conseguir se
lembrar desse pequeno critério na vida, aos poucos começará a tomar o rumo certo
em tudo: nos relacionamentos, nas meditações, na criatividade, naquilo que você
é.

Deixar de lado velhos conceitos, conceitos vis. Por exemplo, na Índia, milhões
de mulheresmorreram queimadas vivas nas piras funerárias dos maridos. Isso
mostra que a possessividade do marido é tamanha que ele não quer apenas
possuí-la enquanto está vivo, mas tem medo do que acontecerá quando ele estiver
morto! Ele não poderá fazer nada depois disso, então é melhor levá-la com ele.

E note que isso só se aplicava às mulheres — nem um único homem saltou na pira
funerária da mulher em dez mil anos. O que isso significa? Significa que só as
mulheres amam os homens e os homens não amam as mulheres? Significa que as
mulheres não têm vida própria? A vida dela se resume na vida do marido? Quando
ele morre, a vida dela também chega ao fim?

Essas ideias absurdas foram incutidas na nossa mente. Você tem que fazer uma
faxina constante. Sempre que deparar com bobagens na sua mente, limpe-a,
jogue-as fora. Se você estiver limpo e a sua mente, vazia, você será capaz de
encontrar soluções para todos os problemas que surgirem na sua vida.

Osho, em
"A Essência do Amor:
Como Amar Com Consciência e
Se Relacionar Sem Medo"